quinta-feira, 16 de abril de 2009

Sonora é Silas, música de corpo inteiro.

Por livia correa

Pelo vídeo, não dá pra ter idéia. Só quem estava lá sabe. Era virada do ano em Barra Grande, um paraíso tropical na Costa do Dendê. Não tínhamos planejado passar o réveillon juntos. Um pouco dispersos dias antes do Ano Novo, parecíamos gente à procura de alguma coisa, sem saber o quê.

Na noite da virada, resolvemos fazer um som em uma linda pousada à beira-mar, onde grandes amigos nossos estavam hospedados em Taipus de Fora. Todos de branco, muita alegria. A sensação era de que o ano começava e tínhamos uma eternidade de desejos para viver. Sorríamos, bebíamos, nos abraçávamos inebriados pela energia contagiante da música.

Taipus foi lindo, tocamos umas cinco horas. Mas mal sabíamos que a grande virada ainda estava por vir. Quando voltamos para Barra Grande, altas horas da madrugada, nos separamos, nem me lembro bem ao certo por quê. Até que. Vixe. Saí com um grupo de amigos pra um lado e Paulo e Silas foram caminhar pela Ilha, a essa altura insana de tantas festas acontecendo ao mesmo tempo.

Quando voltamos pra procurá-los, percebi que tínhamos nos perdido. Mas alguma coisa me dizia que devíamos continuar caminhando pela praia. Foi o que fizemos. Onde estão eles, onde estão?, nos perguntávamos. Até que avistamos um bolo de gente se aglomerando bem pertinho do mar. Silas no violão e Paulo no pandeiro tinham se juntado a Rafinha da flauta e mais outros músicos, com escaleta e instrumentos de percussão. Em volta deles, uma multidão dançante.

Eu ouvia aquela música e não acreditava no que estava sentindo. Era bom demais. Vontade de permanecer ali dias e dias. As horas se passavam e ninguém conseguia sair dali. Estávamos exaustos. Eu tentava sair dali pra buscar minha Canon 50d na pousada para tirar umas fotinhas, mas não conseguia. Era bom demais. Pelo vídeo, não dá pra perceber a dimensão da nossa alegria. Mas naquele dia senti que alguma coisa começando. Uma nova Bahia estava nascendo.

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